BART 6221/74 - A HISTÓRIA DO BATALHÃO DE ARTILHARIA 6221/74 - ANGOLA 1975

quinta-feira, 1 de junho de 2017


LANÇAMENTO DO LIVRO 
ÚLTIMOS NO LESTE DE ANGOLA
NA RETIRADA DO EXÉRCITO PORTUGUÊS EM 1975 

DIA 3 DE JUNHO NA CASA DA BOAVISTA – PORTO
Avenida da Boavista 919

A APRESENTAÇÃO SERÁ REALIZADA
PELA PROFª. OLINDA PINTO

Serão lidos alguns trechos do livro

DO PRESS REALISE


O LIVRO

Últimos no Leste de Angola – Na Retirada do Exército Português em 1975 é um livro autobiográfico em que o autor relata a sua experiência no serviço militar, entre 1973 e 1975, com uma “comissão de serviço” de cinco meses em Angola, entre Maio e Outubro de 1975.

A obra inclui ainda relatos de ex-camaradas de armas, muito especialmente de José Manuel da Silva – que contribuiu com excertos de cartas enviadas de Angola à sua futura esposa – e de Almerindo Figueiras – que contribuiu com extensos relatos telefónicos sobre situações que o autor não viveu, mas de que tinha memória terem acontecido.

Tudo começa em Janeiro de 1973, quando o autor “deu o nome para a tropa”. Escrita num registo biográfico, a obra integra e contextualiza todos os factos importantes que ocorreram em Portugal nesse ano e até 23 de Abril de 1974, data em que o autor “assentou praça” no Destacamento da Escola Prática de Cavalaria de Santarém.

O tema central do livro é a “comissão de serviço” em Angola, sobretudo a retirada do Batalhão de Artilharia, onde o autor estava integrado, do Luso para Nova Lisboa. Uma das Companhias do Batalhão seguiu viagem via auto (em viaturas Land Rover, Unimog, etc,...), servindo de escolta a uma extensa coluna de viaturas civis de refugiados em fuga do Luso, que à data já era palco de combates entre os movimentos de libertação de Angola, num clima pré-guerra civil. As outras três companhias retiraram por comboio, apinhado de refugiados civis e transportando também viaturas auto, civis e militares. Mas o conteúdo mais sensível, à guarda do batalhão nesse comboio, eram as duas carruagens carregadas de material de guerra – cerca de cinco toneladas de armas e munições – que haviam ficado nos quartéis do Luso, deixadas por unidades militares ali estacionadas anteriormente, e também as apreendidas às forças militarizadas criadas pelo anterior regime, entretanto dissolvidas com o 25 de Abril.

O comboio saiu do Luso numa altura em que a UNITA era escorraçada da cidade pelo MPLA devido a, segundo se dizia, estar a ficar sem munições. Sabendo que o comboio transportava material de guerra em grande quantidade e estando habituados a receber armas do exército português por via da “brilhante” estratégia do General Silva Cardoso de distribuir armas à UNITA para contrabalançar o peso dos outros movimentos, a UNITA resolveu atacar, não só o comboio, como a coluna auto. O ataque ao comboio, com os militares portugueses confinados aos vagões e carruagens ou dispersos pela coluna auto e misturados com civis, foi concretizado por milhares de “guerrilheiros” daquele movimento, com o roubo de todas as armas transportadas, incluindo as dos próprios militares portugueses.

O ataque-roubo constituiu uma humilhação para os militares que, depois disso, só ansiavam por regressar a casa. Mas ainda se seguiu a estadia em Nova Lisboa, com a “missão” de proteger os refugiados civis que, no aeroporto, aguardavam embarque na ponte aérea, numa altura em que a UNITA era dona e senhora da cidade. Este Batalhão foi entretanto apodado, pela imprensa de Lisboa, como o “batalhão do pé descalço” e este livro serve também para desmistificar essa designação insultuosa.

Depois desta odisseia, dada a conhecer em pormenor pela primeira vez, foi um alívio regressar a casa, apesar de a chegada a Lisboa ocorrer em pleno PREC (o trágico-folclórico Processo Revolucinário em Curso).

O AUTOR

Jorge Machado-Dias, nascido por puro acaso em Lisboa, em 1953, estudou artes visuais na Sociedade Nacional de Belas Artes e arquitectura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, não tendo concluído os seus estudos. É designer gráfico, autor e editor de banda desenhada, ilustrador, desenhador e maquetista de arquitectura e etc... Escreveu os argumentos para os dois álbuns de banda desenhada As Aventuras de Paio Peres, fundou a editora Pedranocharco Publicações e editou a revista sobre banda desenhada BDjornal, escrevendo dezenas de textos para a mesma. Escreve regularmente para o jornal Gazeta das Caldas a rúbrica Gazeta da BD.

Ficha do livro

Título: ÚLTIMOS NO LESTE DE ANGOLA – NA RETIRADA DO EXÉRCITO PORTUGUÊS EM 1975
Autor: Jorge Machado-Dias – com a colaboração de José Manuel da Silva e Almerindo Fugueiras
Editor: Chiado Editora
Preço: € 17,00
Nº págs.: 328 páginas


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